用葡萄牙语 讲述历史19

全国等级考试资料网 2023-01-11 21:51:47 82
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Os acontecimentos no Pará ressoaram na capital do Império e o Ministro da Guerra José Félix Pereira Pinto Burgos foi criticado no Parlamento por causa da situação das forças terrestres na área. Na verdade as dificuldades eram de grande monta. Impunha-se reorganizar e reequipar o Exército de forma a obter disciplina e eficiência, tornando-o apto a manter a ordem interna e a integridade nacional.

As autoridades tinham problemas em toda parte e pareciam relegar a segundo plano o caso da longínqua Província que dia a dia mergulhava mais fundo no caos, levada de um lado pela falta de visão dos governantes centrais e de outro pelas ambições políticas locais.

O Marechal Manuel Jorge Rodrigues foi nomeado Presidente da Província e Comandante das Armas a 10 de abril de 1835. Embarcou a bordo da fragata Campista, comandada pelo Chefe-de-Divisão John Taylor, incumbido de chefiar as forças navais; levava um contingente de 50 homens com material bélico. As novas autoridades chegaram a Belém em 9 de junho e grande número de pessoas, inclusive cabanos, apressou-se em cumprimentá-los a bordo. Vinagre, premido pelas circunstâncias, manifestou o interesse de transmitir o cargo, alegando retê-lo a contragosto. Realmente parecia disposto a renunciar, apesar da resistência dos que o cercavam, temerosos de represálias do Presidente, que era português de nascimento.

Finalmente a 25 de junho, após várias conferências, o Presidente recebeu o governo e a cidade entrou em festa. De imediato foram tomadas providências para a pacificação. Substituíram-se as tropas cabanas por forças legais nas diversas unidades.

A situação dos corpos de tropa era precária. A munição e o armamento em poder dos cabanos não foram restituídos, conforme havia sido combinado, mas sim levados clandestinamente para o interior. O armamento devolvido, em pequena quantidade, estava imprestável e a munição era muito reduzida. As forças legais dispunham de 500 a mil homens, incluindo a força naval, computados os 17 soldados do 5º Corpo de Artilharia, os 45 do 4º BC e os 18 do 5º BC, incorporados na substituição de governo. Os cabanos ficaram com aproximadamente 3 mil armas, inclusive canhões. A fim de atender às necessidades urgentes de segurança criou-se um corpo de voluntários, que foi denominado Voluntários de D. Pedro II.

Retomada de Belém.

As tentativas do Presidente de levar ordem aos cabanos e integrá-los à família provincial não lograram êxito. Antônio Vinagre, à frente de numeroso grupo de cabanos, tomou o rumo do sertão; possuíam armas e munições. Concebeu o plano de invadir o município de Vigia e o executou de surpresa, sacrificando muitos inocentes. Os vereadores e outros principais do município refugiaram-se no Trem de Guerra (depósito). Senhor da situação, Antônio Vinagre exigiu a rendição, que aceitaram mediante promessa de respeito às suas vidas. Tão logo puseram-se fora do refúgio, uma descarga dos cabanos os liquidou. O sacrifício dos inocentes revoltou a opinião pública e o governo ordenou a prisão de Francisco Pedro Vinagre e de outros chefes cabanos que permaneciam despreocupados na capital. As severas medidas irritaram os rebelados, e os chefes que escaparam às medidas punitivas - Antônio Vinagre, Eduardo Nogueira (Angelim), e Geraldo Nogueira, irmão de Angelim e conhecido como Gavião graças a seu temperamento feroz, temido até pelos próprios cabanos - determinaram represálias e a retomada de Belém.

Novamente a cidade transformou-se em praça de guerra. Os poucos recursos disponíveis impediram uma ação ofensiva capaz de exterminar os grupos sediciosos e operar em conjunto com a força naval, no interior da Província.

No início de agosto de 1835, Antônio Vinagre intimou o Marechal Manuel Jorge Rodrigues a libertar seu irmão e os demais cabanos, sob pena de invadir a cidade com 3 mil homens. A 14 de agosto a promessa foi cumprida. Os cabanos organizaram-se em três colunas e dirigiram-se à capital. No fim do primeiro dia de combate, os rebeldes tomaram parte da cidade, tendo morrido Antônio Vinagre. Destacou-se na luta o Capitão Joaquim Rodrigues de Andrade, que defendeu com bravura o Arsenal de Guerra. A 22 de agosto, a situação estava insustentável devido às perdas sofridas pelas forças legais que estavam praticamente sitiadas. Um conselho de guerra apresentou a sugestão de que o Presidente devia retirar-se com a tropa e com alguns civis para bordo da Esquadra. Após relutar, o Marechal acabou concordando e, na madrugada do dia seguinte, realizou-se a operação, com sucesso. O governo estabeleceu-se na ilha de Tatuoca, iniciando-se o bloqueio dos portos.

Eduardo Nogueira, o Angelim, de apenas 21 anos, a 26 de agosto foi aclamado terceiro Presidente cabano e começou desde logo a enfrentar sérias dificuldades para manter a disciplina: campeava a desordem e os saques eram freqüentes. Em setembro, o governo central tomou várias providências para facilitar a ação das autoridades civis e militares da Província. As tropas foram reorganizadas e começaram a intranqüilizar os cabanos que enfrentavam dias difíceis devido à incapacidade dos chefes, ao bloqueio naval e aos graves desentendimentos dentro de seus quadros.


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